Um J@ismo
Há-de chegar o dia em que vou aprender a gostar de toda a parafernália natalícia.
Até ver irrita-me, principalmente quando chega em Outubro e ainda sinto o sal do mar no corpo, a areia nos pés e o cheiro a Verão.
Boa qualquer coisa (conforme o fuso horário!),
Para começar, gostaria de vos perguntar que acham da nova imagem do ‘A Leste do Paraíso’, porreira?
Desde que comecei este blog, há quase meio ano, sempre tive alguma vontade de escrever e partilhar. Se calhar era aquela euforia inicial e também o facto de ter tido experiências diversas, a Summer School em Praga, o Verão em Portugal, depois a chegada a Macau, as primeiras impressões, as viagens.. tinha um certo gozo em descrever alguns episódios e se calhar tempo a mais!
Nesta altura as coisas arrancaram por aqui, o trabalho tem sido bastante e o próprio grupo de exchange students também está mais unido, naturalmente.
Daí que goste até de escolher algumas fotos para partilhar convosco (se bem que as vezes que a máquina sai de casa são cada vez menos..), mas já não tenho a mesmo entusiasmo para os fazer acompanhar com palavras!
Além do dia-a-dia, do fui aqui, fui ali, existem sempre aqueles pormenores que gosto de reparar e que penso terem alguma piada quando passados ao ‘papel’. No entanto, por três razões principais não me lembro de nenhum agora:
1º tenho problemas de memória
2º perdi a merda do telemóvel e tinha lá (além de todos os meus contactos, fotos, sms, etc..) uma série de notas relativamente a coisas para aqui escrever.
3º como não tenho escrito frequentemente esqueço ainda mais.
Ah, lembrei-me duma que acho digna de registo. Anda por cá uma alemã de seu nome Gaby. Naturalmente, o nome suscita-me uma certa curiosidade, então perguntei: “-Chamaste Gabriela?”. A resposta foi demais. “-Mais ou menos..os meus pais queriam-me chamar Gabriela, mas como sabiam que ia ter problemas a soletrar em todo lado o nome e que no fundo todos me iam chamar Gaby de qualquer maneira, então registaram-me como Gaby, mas chamam-me Gabriela”...
Sem comentários! :)
Mas focando-me nos grandes eventos desde que cheguei das Filipinas..
Logo no primeiro dia fez anos o Mikko, deu em jantarada (restaurante português, ah meu bitoque, meu bacalhau com natas..) e uma voltinha. Entretanto, já foi o aniversário do Fred, da Claire e do Juan, todos resultaram numas cervejitas num apartamento à escolha (o nosso continua virgem) e no roteiro habitual da noite.
O roteiro da noite, como descrevi no site da malta amiga da Portela é normalmente assim:
Jantar no San Pou ou restaurante Português (se bem que é 5vezes + caro), depois ir ao Irish Pub beber umas Super Bock (que lá os gajos têm), seguir para o Sands Casino, fingir que somos ‘gamblers’ e sacar umas bebidas à borla, seguir para o Bex que até é meio ocidental e para acabar a noite a decadência do DDs, a única discoteca, com mafiosos chinocas, putas tailandesas e uma banda ao vivo muito fraquinha a tocar os últimos hits (em alternativa passar para a parte dos putos locais onde há muito spuntzspuntz -música eletrónica- de DJs locais de péssima qualidade).
Em alguma altura da noite podemos ir para um karaoke tentar cantar canções de amor importadas do japão ou ir até às 'docas', onde pontifica o grandioso mp3 (com strippers no balcão).
Já que referi aí o Irish Pub, tenho de dizer que estou a ficar com um nível muito aceitável de domínio dos dardos, coisa que tinha jogado meia dúzia de vezes até vir para cá.
Ainda no capítulo festas, 6ªfeira passada foi festa da Associação de Estudantes da Universidade de Macau. Resultado? Festa das 19h-23h numa salita, uma musiquinha, só os membros da AE e os estrangeiros presentes, e pronto..fez-se a festa.
Passando para as lides académicas, tudo corre bem, gosto bem mais do que por cá estudo e a forma como é feito, existem muito mais apresentações, trabalhos, acompanhamento contínuo, um tipo não se torna aquele ser vagabundo, ignorado por professores debitadores de matéria, perdido no meio de um auditório, como por vezes me senti no ISCTE. De qualquer forma aqui, o estrangeiro é especial, é o centro das atenções, é quem sabe, é quem se exprime bem e muitas aulas acabam em centrar-se no que é que o ‘Yau’ ou ‘Wow’ ( ou lá no que se torna o simples ‘João’ quando não dito por Lusófonos) tem a dizer sobre os diversos assuntos. Recentemente, disse algo a uma Professora que a deixou estupefacta por um minuto...e culminou com a mesma a dizer que ia investigar e se mais ninguém o tiver feito, escreveria uma tese sobre o que sugeri. Desde que esteja nos ‘Agradecimentos’ por mim tudo bem!
Resumindo, tudo tem corrido bem e espero bons resultados em Janeiro. Recebi já avaliações a 3 das 5 cadeiras e, traduzidas para a nossa escala, foram um 14, um 16 e um 20! Ah, muita bom!
Para o ISCTE a única coisa que tive de fazer foi enviar o meu Currículo Vitae (revisto) para ser incluído no CD de finalistas. Ficou bem porreiro.
A vida académica tem também uma forte componente de representação diplomática, portanto além de uma apresentação sobre o ISCTE (para eventuais interessados em intercâmbio lá) e outra sobre Portugal tivemos o grandioso Open Day.
O Open Day consistiu numa feira com comidas e bebidas de cada País, uns folhetos e muitas bandeiras. Com o orçamento da Universidade e o apoio da fabulosa Casa de Portugal em Macau montamos uma banquita com vinhos, tremoços, pastéis de bacalhau, chouriço, broa, sumos compal, muitas, mas mesmo muitas bandeiras e folhetos. Sobrou ainda para uma belo jantar do “Santos” (o restaurante benfiquista de Macau), com direito a camarão, ameijoas e etc para mim e para o Ricardo ;)
Passando ao capítulo do desporto, para mim continua a ser nulo. A minha entorse de há 7semanas mostrava poucas melhoras, decidi ir ao Hospital, o médico ainda duvidou se não teria fracturado devido ao inchaço que ainda tenho, mas depois do raio X (mais um para a colecção), não teve dúvidas. Rotura de ligamentos. Bem bom... 3meses de inactividade total, aguinha quente e meia elástica. Se melhorar poderei então começar com fisioterapia e desporto moderado (em que o futebol não se inclui). Se não..terei de ser “reavaliado”...
Daí que o desporto por estas bandas se tem resumido a ver umas transmissões às 4 da manhã para matar saudades e assistir ao Grande Prémio de Macau.
Não sou grande amante do automobilismo mas o G.P gera grande alvoroço por aqui.
Aparentemente é dos circuitos citadinos mais respeitados internacionalmente e considerado catapulta para a Fórmula 1 (Schumacher, entre outros, correu aqui..)
Durante uma semana não se fala em mais nada, as ruas são transfiguradas, montam-se bancadas, aplicam-se protecções nas curvas e toca a queimar gasolina. Correm scooters, motas, turismo, formula isto, formula aquilo e culmina na grande corrida – Fórmula 3.
Graças a um convite do grande Devin (um Americano residente em Macau) tive a hipótese de ver a corrida em frente á linha de partida, na 1ª fila da bancada VIP e depois da prova, visitei as boxes, o pódio, a sala de imprensa etc.. obrigado Devin!
Bem, para quem não ia escrever já bati muita tecla.
Espero que gostem das fotografias, dos vídeos e da nova imagem do ‘A Leste do Paraíso’.
Abreijinhos,
João
Trajecto Universidade-Casa
Gato Fedorento vs Realidade
Borat
Borat 2
Carlinhos, o machista gay
O apresentador tripeiro! NTV
American Idols - 5 worst audictions
[Clicar nas fotos para ampliar]
Após muitos dias de algum tédio as coisas começam finalmente a acelerar por estes lados. Trabalhos, testes, festas, encontros, tarefas domésticas e afins acumulam-se e os dias correm dez vezes mais rápido.
Por isto tenho adiado escrever-vos novidades asiáticas, de Macau e recentemente da viagem às Filipinas.
Finalmente consegui compilar a maior parte das fotografias da viagem e com alguma ajuda, arrancar com a descrição da mesma.
Foi pouco mais de uma semana bem passada e completamente diferente. Por estes dias, devido ao aniversário da Universidade, praticamente todos os 80 exchange students fugiram do quotidiano macaense. Uns foram para Mainland (China, mesmo China), outros Tailândia, Hong Kong e por fim, Filipinas. Por lá eramos cerca de vinte, mas naturalmente não foi possível organizar uma viagem conjunta.
Assim, parte acabou por visitar a obrigatória Manila e ainda Buracay (Cancun, Phuket, Varadero lá do sítio), já os restantes nove, [ Eu, o Ricardo e a Nadine (AUS) cá de casa, o Tuomas (FIN) e o Ken (USA), o Sebastian (COL) e o Klaas (BEL), a Anne-Claire e a Claire (FRA) ], seguiram um rumo incerto, que acabou por nos levar de Manila a Cabilao e por fim Cebu.
Snorkeling, praia, american pool football, mountain biking, descanso, festa, animação e sessões de cinema foram alguns dos ingredientes do prato saboroso.
Manila – Partimos de Macau a 28 de Outubro, Sábado. Aterramos em Clark, cidade a cerca de 2 horas de viagem de Manila, mas que acabou por se prolongar por longas e penosas 5 horas de camioneta. Gosto mesmo de andar de avião, de comboio, de barco, de jangada, de barco insuflável, de metro, de carro, de bicicleta, de mota, de autocarro público até.. mas se me põem numa camioneta está tudo estragado..
Chegamos já de noite a Manila e instalamo-nos no Great Eastern Hotel (Makati Av.) por 7€/noite.
Na primeira noite ficamo-nos por uma volta pelo bairro circundante. Contrastando com a forte religiosidade do povo mas seguindo uma cultura desenvolvida durante as ocupações espanhola, japonesa e americana, todos os bares estão recheados de meninas cuja missão é dar algum conforto ao solitário estrangeiro. Não é a simpatia nem o belo nariz, como dizem, mas sim os dólares e o visto para fora do País que as atrai.
No Domingo visitamos a parte velha da cidade, “Intramuros”, onde pudemos ver vestigios das várias ocupações, assistir a três casamentos em algumas das inúmeras igrejas que povoam essa zona histórica, ver algumas crianças brincar pelas ruelas do bairro e assistir a um concerto dos Turtle Club no Parque da Cidade.
Andamos também de jeepney, um misto de autocarro com taxi e custo de 0,15€ independentemente do destino e visitamos um dos maiores centros comerciais da Ásia onde assistimos ao filme “World Trade Center” (1€!).
A noite acabou no Havana Club lá do sítio.
Essa noite foi passada ao relento e as 6am voamos para Bohol. De lá negociamos uma travessia de barco para Cabilao.
Cabilao – É uma ilha muito pequena, com cerca de 3000 habitantes (diria que uns 200 homens e outras tantas mulheres, o resto são crianças) algures no meio do Oceano Índico. Por lá relaxamos durante cinco dias. É de facto um óptimo sítio para fazer snorkeling e mergulho, ou para conhecer um pouco aquela gente. De resto, nada existe.
Os dias foram passados sem relógio no pulso, desligados da realidade, entretendo-nos com sessões de piscina, snooker, setas, filmes, e passeatas pela ilha (que é possível circundar de bicicleta em uma hora apenas).
Descobrir um lago perdido num passeio exploratório de bicicleta, conversar com os locais (nas Filipinas toda a gente fala inglês) e distribuir doces na escola primária foram os pontos altos.
Quando as saudades de algum stress e diversão nocturna começaram a apertar fizemos as malas e partimos para Cebu, pois juntar-nos aos restantes em Buracay ficava demasiado caro.
Cebu – O plano era encontrar praias de areia branca (e não de coral) e vida depois das dez da noite. Porém, quando chegamos a Cebu (depois de uma viagem de uma hora de barco - com uma maravilhosa paragem para mergulhos acrobáticos em mar alto - e mais duas horas absolutamente surreais numa camioneta), percebemos que ia ser dificil encontrar praia. Os resorts que contactamos eram fora do orçamento, pelo que nos limitamos a ir para uma pensão manhosa, numa igualmente manhosa zona da cidade.
Chegamos estoirados da viagem, mas a sede de luzes e música era maior, pelo que tratamos logo de averiguar qual era a melhor discoteca da cidade. Antes de atacar a tal Sunflower entramos num outro bar com música ao vivo (Latino’s). A banda tratou logo de nos dar as boas-vindas em alto e bom som. Contudo, o melhor estava para vir. O Ken foi abordado pelo gerente homossexual do bar (Rodney) e uma amiga deste (Lucy) e combinou encontrá-los no clube. Estes e a própria banda acabaram por se juntar a nós e vimo-nos envolvidos num fim-de-semana louco de celebração da Lucy por ter recebido um Mercedes SLK dos papás.
Foi a nossa sorte. Cebu revelou-se mais uma cidade feia, suja, completamente nua de quaisquer atracções. Os dias acabaram por ser ocupados por mais 3 sessões de cinema (“Barnyard”, “The Banquet” e “Talladega nights”), uma tarde de piscina, algumas jantaradas e regressos ao Sunflower e à discoteca Pump, patrocionados pela Lucy.