Wednesday, September 20, 2006

Hong Kong e a Austríaca heptaglota


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Hey!

Duas semanas depois da última vez que escrevi tenho alguns relatos novos e uma dúzia de imagens para vos mostrar.
Já não noto a humidade extrema, as aulas continuam, os trabalhos avizinham-se, arranjámos uma co-inquilina, fui a uma festa ou outra, “visitei” Zhuhai (China, mas China mesmo, daquela China que um gajo olha e diz: ipá, isto é mesmo a China!) e fui ver arranha-céus a Hong Kong.
Baralhando e misturando que já é bem tarde aqui no meu fuso horário e seguindo alguns apontamentos no precioso moleskine que a Gizela me ofereceu volto a dia 6Set.
Nesse dia, como em muitos outros, jantei no San Pou, esse maravilhoso restaurante a 50metros de casa, onde há menu em Inglês e se janta de faca e garfo (aliás pauzinhos e com sorte uma colherzita daquelas de porcelana) por menos de 3€. Querer menu inglês não é ser turista de mente pouco aberta, é que uma coisa é ler “Chau Min” outra coisa é arriscar nuns caracteres malucos e apanhar com mãos de galinha, rã ou outra coisa estranha qualquer no prato. Cozinhar em casa também é complicado quando apesar de ter algo parecido com um fogão, não existe nem arte culinária, nem pratos, talheres, escorredores, microndas, copos, ingredientes, etcetc.. mas vêm a caminho! Aliás, amanhã, 5ªf 21Set, já temos um jantar caseiro combinado com a Nadine. Mas já lá vou. Voltando aos restaurantes não queria deixar passar a oportunidade de vos dizer que: nunca há guardanapos, é mentira que os chineses comem crepes e arroz chowchow (não vi ninguém comer...), e a rapaziada curte escarrar, palitar os dentes e remastigar o repasto e fumar durante a refeição. Pronto vá, escarrar no restaurante é raro, mas na rua é preciso estar atento.. Se ficaram com a dúvida sobre o que afinal comem eles então, baseia-se em caldos com noodles lá dentro, legumes e bolas de carne-peixe-e-esquesitices.
Existem alguns restaurantes finos onde acredito que tudo seja mais belo e não sentem bandos de machos chinocas palitantes na nossa própria mesa mas não são para a minha carteira. Quanto a restaurantes Portugueses falaram-me nalguns, mas excepto um rodízio de Cozido à Portuguesa ao almoço no Clube Militar (financiado por um ‘tio’ do Ricardo) ainda não comi em mais nenhum.
Para arrumar o assunto da comida ainda vos conto a fama dos “portugueses cakes”, que são obviamente pastéis de nata e vendem-se em todas as pastelarias e muitos cafés de Macau a Hong Kong!
Passando ao assunto futebol.. Finalmente comecei a jogar aqui! Descobrimos um ringue (tipo campo de futsal mas mesmo pequenito e envolto numa jaula) onde as equipas se defrontam em estilo "perde-sai". Há um homem, a quem chamam Tiger, que controla oficiosamente a coisa, é ele que diz quando jogos empatados acabam (+-ao fim de 10mins e saem ambas as equipas) e decide tudo o resto. Basicamente chegas, ficas à espera, os jogos são até alguém marcar, a equipa que perde sai e vai seguindo. Se ganhas podes jogar muito tempo, se perdes, mesmo que tenhas jogado 2minutos, sais. Quanto a equipas, vão variando, mas basicamente há a nossa, dos latinos (eu e ricardo,2colombianos e 1 guardaredes belga), a dos finlandeses, às vezes equipas de portugas macaenses, e um montão de equipas de chinocas malucos. À medida que o pessoal vai indo para casa ou lesionando-se as equipas vão-se misturando e acabo, como há uns dias, a jogar numa equipa de chineses, a marcar o golo da vitória e a ser abraçado por todos eles! Ah, e não há foras, nem faltas!
Quanto a futebol via TV assisti ao Finlândia 1 x 1 Portugal com muitos dos 16(!) Finlandeses que por aqui andam e ainda ao Benfica 1 x 0 Nacional num bar que amavelmente sintonizou a RTPi às 3am num Domingo só para nós!
Já que referi os finlandeses aproveito para contar algumas histórias de vida de colegas daqui. È que um gajo diz finlandeses mas a maior parte deles só é “finlândes” para beneficiar da generosa bolsa de 1000€ que o estado comuna escandinavo providencia. De facto, um é East L.A. ,USA ; o outro é meio espanhol, meio americano, estuda lá e veio para aqui; o outro é meio francês, meio filipino, também viveu nos USA, foi tirar o curso para a Noruega e agora está na China.. e outras origens que tais. Portanto deixei de achar tão interessante contar que a minha Mãe é do Norte, o meu Pai das ilhas,que irmãos meus nasceram em África e eu sou de Lisboa.
Quanto a origens, conto-vos que por aqui, como em qualquer parte do Mundo, as minorias são descriminadas, neste caso é o ocidental, e por vezes podemos ouvir um comentário tipo “Say Gwai lo” (demónio branco estúpido) ou outra coisa do género.
Passando às festarolas, parece que à medida que os estudantes intercâmbio se vão conhecendo melhor, estão a ganhar maior dimensão. Dia 9Set foi a festa de aniversário do Ken (que obviamente recebeu Barbies, o que o deixou muito satisfeito, pois foi apenas a 20ª vez que recebeu bonecas), evento que juntou mais de 50 pessoas no apartamento dos “Finlandeses que não são Finlandeses”. Ontem foi o aniversário do Thomas (um dos 6 Thomas ou Tuomas ou algo parecido que por cá andam) e também houve festa rija mas pelo roteiro dos casinos.
10Set foi dia de limpezas, que a casa estava um esterco, o que implicou comprar baldes, esfregonas, panos e mais panos e todo o tipo de detergente. Bela seca, uma dor de costas e pronto..mais uma vez, admiro-te muito mãezinha!
Dia 13 passamos a ter a companhia da Nadine. Trata-se de uma meia leca aloirada austríaca heptagota (fala alemão, holandês, espanhol, italiano, francês, inglês e agora está a aprender mandarim e português), muito estudiosa e interessada, que não pretende conviver com os ocidentais e faz de tudo (desde ter aulas de Tai Chi, passear-se pelos mercados, ir para a discoteca sozinha e frequentar diariamente a residência onde estão os asiáticos todos) para se integrar com os nativos. Os nossos diálogos em casa são interessantes: quer comunicar em espanhol comigo, inglês com o Ricardo e que nós falemos português entre nós. Em suma, meia louca mas uma porreira.
A casa continua de pé, aparentemente a barata a quem tratei da saúde vivia sozinha, a piscina ainda aguarda uma visita, os porteiros já nos saúdam pela manhã, e o recheio vai crescendo para além dos 14items previstos no contrato à medida que fazemos umas compras, perpetramos pequenos furtos de bases de copos ou talheres e trazemos sofás e poltronas que tinham sido abandonados por cruéis proprietários.
Dia 14 acordei e disse: olha, vou ali à China e já volto. Como já tinha o visto, bastou-me andar 2minutos, apanhar o autocarro do casino mais próximo ( aqui os casinos disponibilizam transporte gratuito para o Ferry Terminal e para a fronteira, e os ‘erasmus’ espertinhos deixaram de andar à cotovelada com os chinocas no autocarro de carreira superlotado, fazemo-nos passar por ‘gamblers’ e vamos sentadinhos e com A/C ) com destino às Portas do Cerco, apresentar o passaporte a 10 tipos fardados e pronto! Estou na China! Não cheguei a conhecer a cidade, fica para uma próxima oportunidade, pois a saída do posto fronteiriço atira-te para um centro comercial subterrâneo com dois pisos e lojas em todos os sentidos até perder de vista, literalmente. Uma loucura. Fiz umas compritas mas tenho de lá voltar.
6ªf à noite segui para Hong Kong. Ficamos em camaratas numa Pensão ultramanhosa gerida pelo Mahomed num prédio megadegradado na Nathan Road (Garden Guest House), mas por 6€ não se consegue muito melhor. Demos umas voltas turísticas, vimos o Laser Show das 8pm a partir de Kowloon (os arranha-céus de HongKong fazem um espetáculo de luz e som coordenado de 15minutos), passeamos pela Stars Avenue, subimos ao miradouro-shopping no clássico Peak Tram, passeamo-nos incrédulos no seio das milhares e milhares de mulheres (exclusivamente) filipinas que ocupam o centro de HongKong ao Domingo (em piqueniques e conspirações laborais) e bebemos uns copos em Lan Kwai Fong (o Bairro Alto/Rua da Oura lá do sítio). Foi divertido. Para repetir também concerteza. À vinda fizemos a proeza de chegar ao Ferry as 7.36pm, comprar bilhete para as 8pm, passar nas burocracias todas da Alfândega e ainda entrar no ferry das 7.45pm. Apanhamos um transporte antes da hora! Só mesmo na China..

Bom, já chega, se não depois nem eu próprio vou ter paciência para ler o texto..

PSs: Deixo apenas mais algumas notas e histórias soltas:

1- No outro dia estava a intervir na aula sobre a elaboração de briefings de publicidade e, inconscientemente, agitava uma das minhas folhas de apontamentos. A príncipio não compreendia a expressão facial da Professora mas depois percebi que devia estar curiosa.. é que no meu apartamento contavam-se pelos dedos as coisas existentes, apenas mobília. No entanto herdámos um bloco, que temos usado nas aulas, cujo título em cada folha é “EROTIC/STRIP SHOW”.
2- É comum ver gente na rua usando aquelas máscaras para proteger a face tipo cirurgião.
3- Os andaimes na construção não são de ferro, são de bambu.
4- Um terço dos carros todos são todos ‘tuning’, com pinturas estilizadas e peluches empilhados no tablier.

Abreijinhos

PODEM CLICAR NAS FOTOS PARA AS AMPLIAR!

Senhorio, amiga japonesa, Nadine e Ricardo
Fabulosa cozinha
Mecânico de A/C - a corda à cintura não está presa a lado algum...
WC da minha suite :)
o meu quarto e os meus fantásticos lençóis chineses de 10€
Há quem recolha cãezinhos abandonados, eu recolho sofás.
Portas do Cerco - Fronteira com a China
Shopping Zuhai, China
Czarina ( colega Filipina)Nathan Road, Hong KongAviso na Pensão : "NO outsiders OR prostitues are allowed in the room" (desde a mensagem, ao capricho do flash ofuscar o 'NO', até à gralha, para mim é tudo hilariante)Encontro semanal de Filipinas (Hong Kong)
Mikko (de Los Angeles, USA)
(Hong Kong)

Ricardo, Frank (Groningen) & Daniel(Hamburg)
(Laser Show)
(Vista de Kowloon para Hong Kong)
(Vista do Peak de Hong Kong sobre a cidade)

Sunday, September 10, 2006

Videos de 2549



Ruas de Macau




3 Riding with Taxi Moto Ben in Samui



Meninas de Samui

Wednesday, September 06, 2006

Viagem ao ano 2549




Heyhey!

Antes que esqueca:

calls: (00853) 666 274 81

sms: podem mandar para o 91. nao pagam mais por eu estar ca!

Finalmente volto a ter oportunidade de me ligar ao mundo, saber noticias de Portugal, ver o meu email e contar novidades.
Nesta semana e pouco fui a Bangkok, Koh Samui e voltei a Macau para me mudar para a casa nova e começar as aulas. Muita emoção junta, mas parece que as coisas começam a assentar. Em certa medida estou ansioso que todas as coisas estabilizem para poder começar a perceber como vai ser meu dia-a-dia.
3af, 29ago, voamos para Bangkok e seguimos para Khoa San Road, zona da mega metrópole onde nos indicaram entretanto ser sede dos estrangeiros pe descalço que por ali parasitam. Ainda de malas na mão conhecemos um israelita dono de um bar que nos aconselhou um hotel porreiro a 8eur/noite (
Rambuttri ) com todos os luxos necessários. Por la, andamos de tuktuk (táxi a pedais), fizemos umas compritas, comemos nas mil banquinhas no meio da rua, vimos templos, mercados e ainda tivemos oportunidade de conhecer uns putos duma escola budista e ser entrevistados por umas meninas do liceu. Para uma próxima visita ficou assistir a um combate de Muay Thai.
Voltamos ao aeroporto e voamos para
Koh Samui, ilha onde já tinha estado em 1997 com a minha prima Ana Rita e os “tios” Pick e Antonieta. Por razoes varias, a minha memória da altura e’ pouca mas, a cada esquina, fui recuperando algumas imagens, embora a fúria imobiliária esteja a transfigurar a paisagem que há uma década era paradisíaca, agora e’ bem bonita mas daqui a uns anos arrisca-se a ser Quarteira. Ficara’ sempre a água quente do mar, as palmeiras e o por-do-sol, espero.
A ilha e’ minúscula, tem meia dúzia de atrações para turista ver ( o big budha, as quedas de água, as grandmother/father rocks, a múmia do buda e pouco mais... ), mas o que a torna interessante são as praias fabulosas, os trekkings na selva, os elefantes no meio da estrada, os macacos que recolhem cocos, os preços (ainda) baratos, o rodopio nocturno de ‘massagistas’, ‘acompanhantes’, prostitutas, travestis e transexuais, as bombas de gasolina ‘a manivela, o aeroporto saído de um episodio dos flinstones e os passeios de mota com a brisa quente a bater no corpo salgado.
Por la ficamos em Chaweng, no
Seascape Resort, ‘a boleia de uns escoceses. Era o hotel clássico nestes destinos, disposição em U com a piscina ao meio, em cima da praia e por 12eur/noite. Ole’!
Entretanto voltamos a realidade, a Macau, e, como ja disse, começamos a habitar a casa nova, que começa a mostrar a sua face negra; a barata na cozinha, o autoclismo que pifa, o ar condicionado temperamental.. Ontem começaram as aulas, o que trouxe um choque cultural grande também, desde a correria no intervalo para chegar antes do prof, ‘as roupas e reações dos colegas chinocas, etc... 'A noite fomos sair com os ‘camones’ todos para passar na inauguração do novo casino de Macau ( o
Wynn ) e acabamos no “nosso” Sands Casino, porque os Erasmus já’ fazem parte da clientela habitual e porque se bebe gratuitamente, pois os gajos esperam que fiquemos bêbedos e tomemos a decisão de destruir os nossos euros na roleta. Hoje espero conseguir encontrar um sitio que passe o Finlandia - Portugal (que ca' e' de madrugada!) e vencer na companhia dos 16(!) erasmus finlandeses que por ca andam a torrar os seus gordos euros.

Ate’ ao prostimo, abreijinhos

Joao